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Ser um cientista-professor, depoimento de quem vive na pele essa emoção!

Ser um cientista-professor, depoimento de quem vive na pele essa emoção!
Roberta Yamaguchi
dez. 22 - 2 min de leitura
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Um belo dia de aula síncrona, estava eu iniciando a primeira aula do curso de Terapias Avançadas para turma do 2 ano de Medicina. Aula pronta, tudo na mais perfeita harmonia e de repente recebo uma mensagem no Whats App do grupo do laboratório. “Professra, você está no laboratório?” Eu imediatamente jogo uma pergunta para a turma da aula síncrona e discretamente respondo a mensagem de forma monossilábica “Nao pq?” (sem acento, sem vírgula e abreviado por conta da falta de tempo).   Nesse momento aparece a mensagem no whats app “gravando áudio....” Na hora você pensa, tenho mais 2h de aula pela frente e não vou conseguir ouvir esse áudio, o que fazer? Os alunos da aula síncrona já escreveram no chat a resposta da minha pergunta e eu decido ignorar a mensagem e seguir com a aula. Mas..... eis que 5 minutos após o áudio aparece a mensagem “Professora, o que eu faço?” Nessa hora, você imagina todas as coisas ruins que poderiam ter acontecido no laboratório e joga mais uma pergunta para a turma da aula síncrona enquanto rapidamente digita “to em aula”. O aluno rapidamente responde “desculpa, quando puder responder”. O famigerado intervalo chega, eu rapidamente ligo para o aluno que atende esbaforido “As células contaminaram!” Vocês podem estar pensando, isso não é um problema grave é só descongelar outra. No entanto, não tem outra, esse era o último vial de uma cultura primaria, extremamente necessária para responder a pergunta do revisor de um artigo submetido. E não foi irresponsabilidade nossa, devido a um problema no nitrogênio líquido, perdemos todas as células que nele estavam congeladas. Felizmente, tínhamos esse vial que estava no -80, o que acabou de contaminar! É nesse momento que você tem vontade de sair gritando na rua, mas pensa que tem 40 alunos esperando por você na aula síncrona e um aluno aguardando a sua resposta na linha. Você então, para ganhar tempo, responde: "calma, eu vou voltar para aula e depois conversamos".

Esse é apenas um dos mais de 100 exemplos que eu poderia dar a vocês queridos leitores. Só para que vocês tenham uma ideia de como é a vida de um cientista-professor! Passou por algo parecido? Conte para nós!


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